Norma Suely Bezerra
TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
Psicóloga clínica / Neuropsicóloga
MINDFULNESS – A RODA DA CONSCIÊNCIA DE 8 ELEMENTOS
A palavra Mindfulness é geralmente traduzida para o português como atenção plena. Definimos a atenção plena como o estado psicológico de atenção ao momento atual ou como uma disposição ou traço que se mantém ao longo do tempo. Também falamos de práticas de Mindfulness, práticas que visam desenvolver o estado e o traço.
Uma questão interessante a ser respondida é: atenção plena a que? Afinal, se estamos atentos, estamos atentos a alguma coisa, certo?
O Dr. Dan Siegel, professor na faculdade de medicina da UCLA, elaborou a roda da consciência, The Wheel of Awareness, para responder didaticamente a pergunta acima.
É comum que as práticas de Mindfulness comecem com o que chamamos de aterrizagem. Aterrizagem significa aterrizar aqui e agora e voltar a atenção ao ambiente. Para tanto, facilita se passarmos a notar os sons ao redor, a iluminação se mantivermos os olhos entreabertos, a temperatura do recinto.
Segundo Siegel, neste caso estamos atentos aos nossos cinco sentidos. Na prática da uva passa, notamos o gosto. Na aterrizagem, prestamos atenção ao que podemos ouvir, ver, tocar (o contato do corpo com o assento, com a roupa) e talvez ao que podemos cheirar.
O SEXTO SENTIDO – O INTERIOR DO CORPO
Com o aprofundamento da habilidade de atenção, voltamos agora para o interior do corpo. Na prática da respiração, passamos a focar na entrada e saída do ar (nas narinas, no tórax ou no abdômen). No bodyscan, fazemos o escaneamento das sensações em todo o corpo.
O SÉTIMO SENTIDO – ATIVIDADES MENTAIS
Em qualquer prática de Mindfulness, é quase instantâneo perceber que a nossa mente não para. Se estamos degustando uma uva passa, aterrizando a nossa atenção ao momento presente, prestando atenção na respiração ou no corpo, os pensamentos e emoções frequentemente estão presentes aqui e ali.
Devemos nos lembrar sempre que as práticas de Mindfulness não visam manter a mente em branco porque, no final das contas, é natural que de vez em quando surjam pensamentos.
A diferença do que fazemos normalmente no dia a dia é que, ao praticar Mindfulness, vamos notar que a nossa atenção desviou-se do foco e se afastou para pensamentos sobre o futuro ou passado ou ficou detida em emoções agradáveis ou desagradáveis ou julgamentos.
Existem práticas, mais avançadas digamos, que nos permitem observar com atenção também os pensamentos. Curiosamente, não raro, ao querermos atentar para os pensamentos, eles cessam.
Se definirmos Mindfulness como “dar-se conta da experiência presente, com abertura e aceitação (Germer), veremos que mesmo os pensamentos sobre o passado ou futuro acontecem no presente. Assim, também podemos estar conscientes dos pensamentos que vem e vão com atenção plena.
O OITAVO SENTIDO – INTERCONEXÃO
E, por fim, Siegel nos traz na Roda de Mindfulness o oitavo sentido que é estar atento aos outros. Esta habilidade pode ser desenvolvida nas práticas informais ao passar a estar totalmente presente ao conversar e, especialmente, pode ser trabalhado nas práticas de compaixão.
A compaixão é definida por Goetz e colaboradores como “o sentimento que surge ao se presenciar o sofrimento do outro e que implica um desejo de ajudar”.
SOBRE A RODA
Siegel explica que o centro da roda representa a experiência de estar consciente (de estar consciente), enquanto que a circunferência representa o objeto da consciência. Nós podemos perceber então a relação entre estes dois pontos, à medida em que treinamos estar atentos ao momento presente.
Referências:
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Posted by Professor Felipe de Souza - http://www.psicologiamsn.com/2016/02/mindfulness-a-roda-da-consciencia-de-8-elementos.html
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Site do Dr. Siegel – Resources – The Weel of Awareness
A RODA DA CONSCIÊNCIA – THE WHEEL OF AWARENESS